Porque dentro de três letras tão corriqueiras, cabe o infinito. Não: o infinito cabe fora delas; dentro fica o que, feito muro, o não limita. E muro pode ser pra impedir, pra cercar, proteger; separar desconhecido do conhecido; pra contornar, delimitar. Às vezes é o muro que define onde a casa começa. A casa começa no não.
E o não se bifurca, possibilidades do impossível: quando o mundo se inicia naquele infinito, o não aparece de dois jeitos.
O primeiro: não, porque o mundo pode te machucar. Não pode colocar o dedo na tomada. Não pode atravessar a rua sem olhar. Não pode pular do trocador. Anunciando a impotência antes que ela se faça dor.
O segundo: não, porque você pode machucar o mundo. Não pode quebrar a coleção de CDs do papai. Não pode rasgar as anotações da mamãe. Não pode arremessar a louça. Anunciando a potência pra que ela se reconheça.
É no não que se começa a poder. É no não que se percebe pela primeira vez a própria força.
(Mais uma vez, Guto, obrigada.)
***
Benjamín agradece em notas musicais o lindo presente do amiguinho secreto Gabriel, do Eu e ele!
Benja e seu novo instrumento musical, com a mais que querida Le.
10 comentários:
Lindo, Natália...
como sempre aquela leveza única que vc tem!!
Parabéns!!
Bjs!!
http://jardimdeamores.blogspot.com/
Natália que legal que vc comprou no cia das mães e gostou! espero que o Benja use muuuuuuuuuuito o short bubble listrado...eeeeeeeeeee sucesso absoluto... adorei, e adorei seu blog viu? preciso ler mais por aqui... venho te visitar ah eu venho sim! um beijo grande! Fê
e a gente depois aprende que os nãos também precisam de um pouco de poesia...
Beijos
Natália.. como sempre adoro tudo o q vc escreve... Vc conseguiu dar uma levar impar a nossa nova arte; a de dizer não. E como falamos não nessas épocas heim!
Bjnhos
Ah.. adorei essa brincadeira dos amigos virtuais
Como sempre: as palavras exatas na hora certíssima.
Lindo!
Afinal, não é palavra tbm e nenhuma palavra é 'só' e pronto. Cabe um mundo nelas. E a gente tem que aprender a mostrar o mundo dentro de cada palavrinha pros pequenos.
Ah, a arte de dizer não.
Que pode ser muito bem ou muito mal empregada... Pode fazer crescer, pode fazer retrair...
Bjokas
Uma reflexao maravilhosa! Saudades de vcs! beijos, Te
Verdade. O não limita e ensina, poda e instrui. Mostra que há barreiras, e que estas podem ser tanto um simples impecílio quanto uma proteção...
Adorei o presentinho. Não conheço o blog Eu e ele, vou lá visitar!
beijo!
Nati, que bom ler isso. Eu, que ando tão cansada dos nãos que tenho falado o tempo todo, fico aliviada de lembrar que eles afinal têm uma função tão importante...
Ah, deixei um selinho pra você lá no blog. Não sei se você curte ou se já tem. Fica o carinho.
Beijos!
sabe que eu achava que joaquino não estava nem aí para meus nãos. no sábado, depois do pic nic eu mandei um "não mexe" em algo do tipo - ácido nítrico, tnt ou o porta jóias na mesinha e ele olhou para mim, riu (sempre, acha graça de tudo) e sacodiu a cabeça.
pergunto-lhe ele andou conversando com Benja? Pegou essa habilidade? Tipo catapora? E agora faz não... para tudo...
affff
bjo
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