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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Crianças

Parece que agora sou um pouco mãe de cada criança que vejo. Adivinho a idade, admiro os olhozinhos perturbados de tanta curiosidade inocente, derreto na baba que cai do sorriso envergonhado. Percebo se tem sono, se está com calor. Acho em mim, no mesmo amor que sou e dou a meu filho (e recebo), o amor possível em todo encontro que meus olhos me regalam com qualquer criança do mundo.

Porque mãe vive de amor infinito. De tanto, não cabe só no filho e se derrama espalhado em cada gesto de quem descobre mundo instante a instante.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A primeira paixão

Quando nos demos conta, já havia se configurado a paixão. Um tucano de pano. Que nos apressamos em chamar de Lula. Pequenininho. Roxo, com o bico em arco-íris, crista vermelha, rabo colorido. Rabo? Tucanos têm rabo? O Lula tem.

Benjamín passa o dia todo agarrado ao tucano. O dia todo. Às vezes tem dificuldade em fazer outras coisas por estar sempre com uma das mãozinhas ocupadas. Seu companheirinho Lula está lá nas tentativas de engatinhar, na hora de comer, nos passeios. Uma hora agarrado pelas patinhas, outra pelo bico, às vezes pelo rabo colorido. Já entrou no banho algumas vezes. E quando se molha, fica secando enquanto Benjamín dorme.

E Lula estava ali, secando em cima da mesa, solitário. Seu olhar parecia até triste de saudades. Eu olhava praquela pequena coisa colorida adivinhando a mãozinha vazia de meu filho, e meu coração apertava até ficar do tamanho de Lula. Me descobri, aí, também apaixonada. Muito admirada da beleza que meu filho emprestara ao bicho de pano por tê-lo escolhido.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cada coisa em seu (novo) lugar

Roupa do Benjamín no chão, no exato lugar onde caiu ao despencar do trocador;
Ralf (panterinha azul) atrás do berço, no exato lugar onde pousou após arremesso benjaminiano;
Almofadas espalhadas pelo chão da sala, ad eternum;
Espremedor de fruta em cima da pia, forever;
Leite e seus derivados digestivos salpicados pelo chão em geral;
Celular dentro da bolsa do Benjamín, dentro do quarto dele, com ele dormindo (que ninguém resolva telefonar nas próximas horas);
Fraldinhas, brinquedinhos, casaquinhos, inhosinhos escondidos em cada fresta possível do quarto de mamãe e papai;
Letras coloridas aleatoriamente localizadas no recinto em cuja porta se anuncia: B-N-J-A-N;
Papinha dentro do nariz do lindo rebento.

E o caos, mamãe, está só começando.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Importâncias

Quando ele, em colo alheio, se joga em direção a mim, ou ao me ver estende as mãozinhas pedindo colo, todos os minutos da minha vida se reorganizam num sentido que transforma aquele cada instante no sumo da existência, em chão vivo onde tudo o mais pode agora, enfim, acontecer.

***

Sítio:
Sentar na grama, gargalhar ao ver cavalos pastando pela primeira vez, olhar pro longe, lamber o chão.
Algumas das delícias do feriado...


E pra que mais serviriam os dreads, mesmo...?





sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Onde eu possa plantar meus amigos, meus discos, meus livros... e meus filhos!

Eu quero uma casa no campo. Em que caibam Demis, Benja, eu e nossos sonhos a três (porque o adeus aos sonhos se despede é dos sonhos solitários). Que receba todos os amigos com o vagar de uma tarde infinita. Que acolha conversas, silêncios e os olhares abertos. Onde os filmes e livros possam ser vistos e revistos e revistos até fazerem sentido. Onde a música seja às vezes quem escuta e às vezes quem fala. Onde a varanda seja o campo, ou o mar, ou a calçada. Onde o olhar possa demorar. Onde o crescer dos cabelos e das unhas não sejam tanta surpresa, como se eu pudesse assistir ao que não se deixa ver.
Amém.

***

Casa no campo, na voz da Elis, autoria de Zé Rodrix, inspirou a reza. Bom dizer de onde vêm as coisas, já que estamos prestes a viver um dia de blogagem coletiva pra que as idéias e vozes não sejam roubadas. Dia 25. Pra saber mais, aqui e aqui.

***

Sabe o que eu estranho? Que os blogs tenham uma lógica do fim pro começo. As pessoas vêm, lêem o último post, às vezes passeiam. Mas o que foi escrito antes corre o risco de ficar perdido, se não houver link ou boa vontade (já me peguei até querendo escrever um post pro anterior “ir embora”). Por isso os arquivos vão dos mais recentes pros mais antigos. O contrário de um livro.

Isso sou eu me havendo com essa coisa de blog. Um dia pode ser que eu me acostume. Ou entenda.

sábado, 25 de setembro de 2010

Notícias da semana


Ontem, pela primeira vez desde a existência de Benjamin, lembrei que esse corpinho de (censurado) quilos não foi feito só pra gestar e amamentar, mas também pra bailar. Fomos a um show (registrado abaixo graças à querida Shirley), e tirando lembrar do filho a cada três minutos, dancei, gritei, pulei, enfim, me diverti deliciosamente. E até uns golinhos de smirnoff ice arrisquei, afogados rapidamente em uma garrafa de água por causa da culpa tontura que deu estar ali com tanta gente.



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E como era de se esperar, hoje pela manhã acordei sem conseguir acordar. Não, não pode ser, eu pensava inevitavelmente ao escutar o chamado do Benja. Mas super-Demis levantou, me chamou só na hora de mamar e me devolveu pra cama, de onde fui sair só 10:10h. E felicidade era meu nome quando vi a hora no relógio.

***
Benjamin começou a fazer cocô de verdade. Fim do cocozinho cheiroso de leite (mães, digam que eu não estou louca e que o cheirinho do cocô de leite tem lá seus encantos). Isso significa que começou a vida alimentícia fora dessas tetas caídas quentinhas. E que a consulta na pediatra essa semana contou com uma cena melodramática de minha parte, respondida prontamente com o oferecimento, por parte da querida pediatra (que um dia desses ganha um post), da fita métrica pra que eu fosse lá no banheiro me enforcar. Porque Benjamin, pela primeira vez desde que nasceu, não ganhou peso. Então o leite da mamãe já não basta. Ui.

***
Benjamin ganhou colorido tapete de E.V.A. que agora enfeita a sala e o permite rolar pra lá e pra cá com mais conforto. Mais uma vez, obrigada, papai.

***
Em breve, a continuação do relato de viagem. E bom fim de semana pra todos nós.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Surra" de beijo

(surra, só de beijo. E sem dor!)

Obs. alguns dias depois: Surra, aí, quer dizer nada mais que rodear e encher e lotar de beijos melados gostosos grudentos e absolutamente irresistíveis (fiquei encanada com a palavra surra esta noite. E resolvi voltar pra me explicar)


Mas olha a cara que ele faz...



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Papo árabe

A primeira “palavra” que Benjamin falou foi Abu.

Abuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, ele dizia. E repetia, e sorria, e seguia conversando.

Demis ficava horas batendo papo com ele:

- Abuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, dizia Benjamin.

- Abuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, respondia Demis.

Um dia a gente foi num restaurante árabe. E ficamos conversando com o dono, que era mesmo árabe, com sotaque e tudo. Papo vai, papo vem, o Demis pergunta: “Abu” significa alguma coisa em árabe?

O dono do restaurante: sim. Quer dizer “pai”... E ainda acrescenta: meu pai!

Demis me olha com aquela cara de “eu sabia”. O sorriso do vencedor explodindo nos lábios.




Orgulho do papai...



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Curtas (ou intervalos de alegria e tristeza)

Ontem tentamos dar água pro Benjamin pela primeira vez por causa da secura absurda desse tempo. Tomar mesmo, acho que ele não tomou. Mas ver a mãozinha dele tentando segurar a mamadeira era tão bonito que eu quase esquecia o motivo terrível daquilo.

***

Tem uma planta morta na sala aqui de casa. Era uma planta grande, linda, que bendizia a casa há mais de três anos, e há uma semana estava forte, com plantinhas pequenas nascendo e tudo. Secou. E agora tenho um cadáver no vaso, que me entristece sempre que passo por ali e do qual não sei como me livrar.

***

A mesma mãozinha deliciosa do Benjamin fica segurando meu dedo, enroscadinha toda num só dedo meu, sempre que ele mama. E como é bom saber que a sede dele é saciada com a água que eu bebi.

***

O prédio da rua do lado já está com 18 andares. Os prédios, porque são dois. Sabe-se lá a que alturas chegarão, porque não dão mostras de que pretendam se terminar tão cedo.


***

Quando o Benjamin acorda ele chama a gente com algum tipo de grito. E quando a gente chega no quarto ele já ta olhando pra porta esperando a gente chegar, e ao escutar nossa voz ele abre um sorriso que abre a boca que afinal é pequena pra tanto sorriso.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ida e volta!

Impressionante. Ele se esforçava, esticava o bracinho, tentava dar impulso, às vezes ia, outras voltava na metade do caminho. E de repente, não mais que de repente virar se transformou na coisa mais fácil do mundo. Sim, o Benja agora vira de barriga pra cima, pra baixo, prum lado e pro outro. De um minuto pra outro e ele ficou habilíssimo. E a gente que fique esperto...


E a baba caindo...





quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Rápidas (bem, nem tão rápidas assim)

Falando na chuva que já foi, achei no caderninho que andava perdido por aí (escrito na noite antes do nascimento do Benjamin):

Benjamin e a chuva

Foi numa madrugada de tempestade que descobri que te esperava. E é numa chuvosa que me delicio com a última insônia em silêncio*. Só o barulho da água, e alguns carros passando.
Você parece já gostar da chuva, Benjamin.



* Última insônia, nada. Várias vezes aconteceu de depois de o Benja acordar e logo dormir, eu ficar me revirando na cama, de olhos estatelados, perguntando onde é que se escondeu aquele sono todo da hora que ele acordou. Às vezes Demis me acompanha na insônia. E um dia propôs, depois de umas 2 horas tentando dormir: vamos lá acordar ele? A proposta fez cócegas, confesso.

* A insônia era a última, porque eu sabia que o Benja ia nascer no dia seguinte porque o obstetra tinha induzido o parto e, se mesmo assim o Benjamin não nascesse, seria cesárea. Mas outro dia falo disso com a devida calma.


***


No mesmo caderninho, achei, escrito ano passado numa viagem* quando estava grávida de quase 3 meses:

Os turistas são um saco, e ser turista é um saco. Turista é muito diferente de estrangeiro. Estrangeiro é outro. Turista carrega o mesmo, busca o mesmo e vê o mesmo. Sem se dar conta, o turista destrói o lugar sem ao menos haver estado ali.

Acho que isso diz da diferença entre, além de visitantes, escritas, fotos, recordações... (né, Mari (Rocha)? - vide comentario dela no post das desculpas)

*A viagem também será, oportunamente, assunto por aqui. Eita, viagem difícil. Não recomendo viajar grávida sozinha pra ninguém...


***

Pensei se valia a pena dizer isso e acho que não vale, mas resolvi dizer mesmo assim. É uma questão de quem veio primeiro. Na verdade, foi a Gisele que imitou o nome do meu filho. A Baxinha, que sugeriu o nome, que o diga, né, Ba? Até pensamos em mudar depois que ligaram, tirando sarro, dizendo que o filho da Gisele também se chamaria Benjamin. Mas achamos que seria ceder às influencias mudar só por causa dela.
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