Depois de achar aqui que não poderia escrever como eu e Demis nos conhecemos, percebi que de alguma forma já tinha escrito. Nosso convite de casamento foi um cordel com nossa história (bom, pelo menos uma versão!), impresso em forma de livrinho mesmo, em papel colorido, com ilustrações e tudo.
Não poderia ter sido outro.
Cada “capítulo” ia em uma página, com uma ilustração (feita pela Mari Simas, arquiteta mais querida do Brasil e idealizadora do proprio cordel) na página do lado.
Olha o texto dele aí, ó:
Cordel-convite: A afortunada historia da brasileira e do cubano e como isso deu em casamento
ILHA
Vou lhes contar uma história
Que é difícil acreditá
Da brasileira e o cubano
Que atravessaram o mar
Motivação da travessia
Foi em nome de gostá
Naná inda nem sabia
O que tava pra encontrá
Quando saiu daqui pra ilha
Num vislumbrou o que ia sê
Andando por lá sem trilha
Deu de cara com Dedê
Três dias suficiente
Pro destino tecê
Com adeus de nunca mais
Voltariam a se vê?
APUNTALADOS
Dedê que num dormia
Vivia a caminhá
No empoeirado novo do dia
E na saudade de Naná
Ela nos dias de vida
Horas de se sempre sabê
Recebia coisa escrevida
E era do tal do Dedê
Antes todinha de dúvida
Resolveu o incerto encará
Dedê recebeu de visita
De novo na ilha Naná
Mais dias de conhecença
Puderam se agraciá
De rio, café e aliança
Que se iriam de novo encontrá
PASSAPORTE
Começaram então um trabalho
Longo de qualquer um cansá
O esforço era bom pois sabiam
Que era pra podê se juntá
Os amigos entraram na história
Pra mor de poder ajudá
Alê ajuntou com Auro
Pros mil papel assiná
Naná ansiava diário
A lonjura se aproximá
Chats evocou os santos
Pra visa de ouro apressá
Até que enfim, reluzente
O carimbo da permissão
Dedê abraçou sua gente
E partiu com dois coração
AVIÃO-PÁSSARO
Era seis, mas cabou sendo dez
Que o tempo quis escrever
Agosto foi o mês da vez
Desse encontro acontecê
Logo no continente
Dedê num pôde escolhê
Urgente corinthiano
E ele só assim soube sê
Viagem num foi pra ele só
Em nela fez novo crescê
Como convite de sol
Sua cidade enfim conhecê
No começo a idéia – seis mês
Num bastou pra vontade morrê
Dedê e Naná teve mais
É só querê pra fazê
JANELA DE CASA
Aprendê a fazê feijão
E a casinha arrumá
Dividindo o mesmo colchão
No mesmo teto morá
Que Nana e Dedê decidiu
O vida-a-vida gozá
A saga que se cumpriu
E tende a continuá
De sempre pequeno em pequeno
O grande assim acontece
Amor é contraveneno
Amanhece também anoitece
No encontro de todo dia
Dificultoso aprendê
O junto que desafia
E inda mais qué crescê
CALENDÁRIO-DÚVIDA
E de tempo cismá em passá
Mais de ano correu
Eles num qué chegá
No quando o visto venceu
Em Dedê saudade aperta
Meple, sua gente, família
Sente janela aberta
De sonho a eterna Ilha
Mas o junto daquela Naná
No aconchego de cada uma noite
Convida mais a ficá
Fazê da saudade sê ponte
Os homens faz um dilema
Precisa papel pra ficá
Num é papel de poema
É o outro, o de casá
CASAMENTO
Mas casório também é poema
Se é feito de celebrá
União dos que sabe tá junto
Sem nem papel precisá
E nessa hora da história
Você virô personagem
É ontem, sempre e agora
Que recebe essa mensagem
Mesmo ausente no dito
É incluído da vida
De Naná e Dedê, no bonito
Que então a você convida
Preste bem atenção
Na página que vem depois
É hora da celebração
Da história daqueles dois!
NATALIA E DEMIS CONVIDAM PARA A CELEBRAÇÃO DE SEU CASAMENTO
Dia 07 de Fevereiro de 2009, às 20 horas, no...
E a cara: