domingo, 5 de setembro de 2010

Tanto amar

Benjamin agora de manhã, sabe-se lá por que cargas d’água, resolveu não dormir. Ficou no berço ora chorando, ora brincando, e depois de duas largas horas desistimos, nós e ele. Aí “sentou” com a gente pra tomar café da manhã, deu risadinha e começou a ficar irritado, como era de se esperar. Já era quase hora de mamar, e resolvi ficar com ele no colo. Mas ele continuou seus resmunguinhos. Foi se acalmar só quando pus o como pode um peixe vivo viver fora..., música que, na versão violão do MPbaby (ai que nome estranho), foi das top five quando a gente o embalava até ele cair no sono. E foi apoiando a cabecinha no meu ombro, e colocando a mãozinha no meu pescoço, e quando eu vi ele já tava dormindo, todo aconchegado em mim. E eu toda aconchegada nele, percebendo, ao som daquela música, que saudade eu tava desse soninho abraçado.


Então eu deitei no sofá com ele enroscado no meu pescoço. E sentindo sua respiração como uma carícia, fui deixando emergir um sentimento que está aí sempre desde seu nascimento, mas que, com ele todo encostado em mim, perninhas, barriga, bracinhos abertos no meu colo, mãozinhas tocando minha pele, inflou e virou uma paixão ardida dessas que doem de não caber. E o respirar dele e o meu entraram num só compasso, e a música nos imitava em forma de ritmo, e nosso mútuo roçar era amor traduzido em pele. Eu com uma mão no seu cabelo ralinho, macio, outra apoiando suas costas, abraçando completa, com todo meu existir, aquela criatura entregue ao seu sono em mim, aberta no seu respirar, no seu sonhar, no seu receber que dá. Assim ficamos, juntando nosso calor no frio desse novo dia, tocando-nos como se, num fractal, cada pedaço nosso fosse o gesto inteiro. Amor.

6 comentários:

Mariana - viciados em colo disse...

Natalia,
Seja bem vinda lá no blog e obrigada pelos comentários: é isso quanto maior a expectativa, o apego pelas teoria, pelas médias, pelo ideal, maior a frustração com a realidade. Respeitar os filhos na sua individualidade, estando consciente de como nossas escolhas afetarão o futuro.

Com o tempo vou procurar conhecer melhor o Leite e Prosa e comentar aqui também... Estou "em voto de silêncio" para conseguir evoluir nos meus escritos acadêmicos... Mas não resisti em agradecer sua visita e atenção! Espero que volte sempre...

Abraços,
Mariana

Unknown disse...

Nati,

Que lindo !
Pode dar certo trabalho mas estar com seu bebê deve ser algo quase que indescritível de bom...o amor.
um abraço querida.
Andréa

Paloma Varón disse...

Natália, que grata surpres o seu blog: layout lindo, textos lindos, parabéns. Vou linkar, tá?
Gostei do seu depoimento sobre a livre demanda, realmente não deve ser fácil para bebês com refluxo (e eu tô desconfiando que a minha tem, mas ela não vomita).
Beijos

Dmis disse...

sencilla rebeldia cotidiana...

Val disse...

Ainda dizem pra gente colocar nossos pequeninos no berço e deixá-los adormecerem sozinhos... Judicação! Tem soninho mais gosto que esse? (pra gente, né?)

Aline Cortes disse...

"e quando eu vi ele já tava dormindo, todo aconchegado em mim. E eu toda aconchegada nele"

Que texto lindo...
Revivi muitos momentos assim com a minha bebê, de 6 meses. Sei que ela dorme melhor em seu bercinho, mas às vezes eu retardo um pouco essa separação, só pra ficar mais um tiquinho com ela deitada em mim, largada em mim.
Ai como é bom!

Parabéns pelos textos e pela cria.
bjos,
Aline
http://www.decaronanacegonha.blogspot.com/

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